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Arquitetos: Elisabete de Oliveira Saldanha
- Área: 2010 m²
- Ano: 2014
Memorando de Tagilde
Procurando criar um sítio próprio para habitar, propôs-se a recuperação de uma Moradia , ruínas de um anexo , e um pequeno bosque de carvalhos, castanheiros e sobreiros, situados numa Quinta, numa das encostas da Cidade de Guimarães.
O programa foi criado para dar resposta às necessidades actuais, porém, manteve-se a volumetria e o aspecto originais.
Os ajustes foram ao encontro da morfologia existente de pendente acentuada, constituída por socalcos que caracterizam a paisagem e actuam de forma relevante na disposição da Moradia, facultando-lhe uma relação directa com o exterior em todos os Pisos, com excepção da Torre.
O edifício encontra-se orientado a Sul, disposto em forma de L, constituído por R/c mais 3 Pisos.
O R/C funciona como um prolongamento interior das zonas de estar principais do 1º Piso, relaciona-se com a praça de recepção que acolhe a zona de entrada principal da Casa, feita pela escadaria e alpendre que se destacam da fachada pela sua imponência e elaborada cantaria.
O 1º Piso liga-se ao r/c através de uma escada helicoidal com forte carácter decorativo, que induz a uma utilização social.
As Salas estendem-se ao exterior a Sul, onde a piscina assume lugar de destaque, precedida por terraços, zona de convívio que complementa as zonas sociais interiores.
O 2ºPiso corresponde às zonas privadas, e a Torre acolhe um escritório/biblioteca , acedendo-se a partir da sala de estar do 2º andar, onde existe uma forte convivência entre o restauro e a intervenção contemporânea, o restauro dos tectos em masseira e lambris convivem com novas soluções que privilegia e promove a reabilitação e a forma como esta foi conduzida.
A torre possui uma vista privilegiada sob a paisagem, opera como um miradouro que proporciona uma visão aérea sobre os jardins que se desenvolvem a uma cota inferior , baseado num conceito de “land art”.
O interior caracteriza-se pela dissociação do exterior. Todos os elementos históricos do edifício, foram preservados e restaurados e até replicados, com intuito de criar uma identidade onde a dualidade entre o passado e o presente convivem no mesmo espaço. Se por um lado existem elementos que preservam e recriam a memoria histórica do edifício, por outro foram assumidos traços minimalistas que se identificam com os novos utilizadores daquele espaço. Resultando um interior rico em pormenores e soluções, que permitem o convívio entre as duas linguagens, sem abdicar do conforto imprescindível do utilizador.
O Anexo mantém no essencial as características da construção primitiva onde existiam cavalariças. Actualmente acolhe um atelier com a particularidade de valorizar o contacto visual com as viaturas que se encontram na garagem, como que uma fonte de inspiração ao design desenvolvido naquele espaço. Além de manter, sempre que lhe é permitido, uma relação com a paisagem envolvente.